A Rede Afroambiental é formada por comunidades que utilizam ferramentas transversais da ecologia, da cultura e do conhecimento, passadas através de gerações por mestres e mestras, para transformar olhares e ações sobre o meio ambiente. Entre os nossos fundamentos estão o resgate de uma forma de vida sustentável e a cultura como pilar da educação.

Há trinta anos em movimento, a rede nasceu pela ação, incidência, reparação, denúncia, proposição e discussões apresentadas pelas lideranças culturais de matriz africana e do movimento inter-religioso na ECO92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Na ocasião, Mãe Beata de Yemanjá foi a representante dos Povos de Terreiro e, de lá para cá, nossa atuação em rede segue sem interrupções. Mestre Aderbal Ashogun, filho de Mãe Beata, é o responsável pelas articulações do movimento no Brasil e no exterior.

Nossa participação como Rede teve importância efetiva no grupo de trabalho (GT) de Matriz Africana da Comissão Nacional dos Pontos Cultura, orientando várias políticas de ação de cidadania de Povos de Terreiro. Entre elas, destacam-se: 

  •  Lei 10.639/2003 sobre ensino da cultura Afro-brasileira e da África; 
  •  Lei 11.645/2008 sobre a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, a Lei dos Mestres e Mestras. 

Essas são leis cidadãs e com elas procuramos incluir a Arte e a Cultura como base da Educação – tendo como o maior objetivo elegê-las como um pilar educacional.

“Estamos no campo do transformar e trazemos o conceito da Arte como Oferenda – pois compreendemos que arte é conhecer o espírito, é encantar, afetar e curar” 

Mestre Aderbal Ashogun

Nosso compromisso é firmado no protagonismo já deixado pelas nossas antigas gerações. Queremos virar a chave da história e mostrar o que está explícito em qualquer mapa do Brasil: são os povos de terreiro que já discutem e cuidam do meio ambiente há mais de quatro séculos.